quarta-feira, 26 de maio de 2010

Diferenças entre Sádico, Dominador, Mestre, Dono e Mentor
“Sádico” é o praticante ativo (*) no BDSM que encontra sua plenitude no S&M (sadomasoquismo) e caracteriza-se pelo uso da prática de infringir dor, castigos e torturas às escravas como forma de prazer (.. mútuo – afinal, não nos esqueçamos do "consensual" sempre presente). É o mais fácil de se classificar, pois sua definição consta de qualquer dicionário. Já “Dominador” é o praticante ativo no BDSM, mais destacadamente no D/s, caracterizado pela prática de comandar e subjugar escravos, podendo assim obter delas a obediência e a dedicação que almeja, além da entrega de seu corpo. Um dominador geralmente também pratica o sadismo. Não só para castigar seus escravos submissos por alguma desobediência ou indisciplina (mantendo assim seu domínio e disciplinamento sobre eles), como também para seu puro prazer, sendo nestes caso um Dominador Sádico.Já o “Mestre” é aquele que educa, ensina, orienta e mostra os caminhos do BDSM para o escravo. Ajuda-a a evoluir, a se descobrir, a se desenvolver e se assumir dentro do vasto universo desta nossa fantasia. Com sua prática, experiência e coerência, pode propiciar à ela a descoberta de suas tendências, de seus anseios, seus limites e suas preferências e características. É acima de tudo, um amigo, um parceiro e um guru.Num comparativo, os termos "dominador e sádico" estariam mais ligado à PRÁTICA do BDSM, enquanto "Mestre" estaria ligado à doutrina, ensinamento e pensamento. Desta forma, um Mestre na sessão (seja ela real ou virtual) estaria exercendo também as características de dominador e/ou sádico. Já um dominador – puro e simples – nunca é um Mestre. Quando muito, pode chegar a um "adestrador" ou "disciplinador".Ora, pode-se ser dominador sem ser Mestre ? Claro. Basta imaginar uma situação em que um praticante ativo conhece um escravo já bastante experiente no BDSM. Ele será "Mestre" dele ? Muito difícil. Ele irá tê-lo e dominá-lo, mas não terá sido ele que a ensinou, guiou ou doutrinou no BDSM. Nem antes, nem durante seu domínio. Assim, ele seria apenas o Dominador dele, mas não o seu Mestre.Esta situação é fácil de imaginar, mas e o inverso ? Pode-se ser Mestre sem ser dominador ?Claro. Ainda mais hoje em dia - com o desenvolvimento do BDSM na internet –tornou-se comum a figura do Mestre que conhece o escravo nos chats, descobre suas tendências (e faz ele se descobrir), mostra-lhe o universo BDSM, educa-o, faz ele se assumir escravo e se orgulhar disso, descobrindo seus desejos, seus instintos, seus anseios, seus limites e seus prazeres, sem, porém - por algum motivo – possuí-lo no Real, desta forma não praticando de fato o ato do BDSM, suas cenas e a sessão tão planejada e imaginada. Ele foi o Mestre dele ? Claro. Não foi o seu Dominador, mas foi o seu Mestre. Num caso extremo, poderia-se até imaginar que um praticante ativo pedisse a um amigo seu - mais experiente e paciente com a árdua tarefa de ser Mestre (hehehe) - para "disciplinar e educar a sua escravo". Neste caso, estaria este segundo sendo SÓ MESTRE dele, enquanto seu amigo que o emprestou é que é o Dominador... e Dono dele.Porém, como o maior prazer do Mestre é exatamente ensinar, guiar e iniciar novos escravos ou evoluir aquelas já iniciadas na prática do BDSM, e como para isso é necessário que o Mestre tenha uma grande dose de poder e controle sobre o sub por um longo e irrestrito período de tempo, é comum que um Mestre não se interesse por escravos emprestados ou por aqueles que se proponham a ser dele em apenas uma sessão. Já os dominadores, sim.Continuando, "Dono" é o mais completo e grandioso termo usado para definir um praticante ativo dentro do BDSM. O Dono é aquele que não só domina o escravo, não só o educou, disciplinou e descobriu-o, mas aquele que O TEM. Seu escravo não é simplesmente um escravo, é "O" escravo. Não é um sub, e sim o sub DELE. Ele não tem a sua posse restrita às sessões como o dominador, pois sua posse extrapola os limites físicos do BDSM e adentra nos sentimentos, pensamentos, personalidade e convicções de sua sub. O escravo não é escravo sem ele, mas com ele não tem sequer a posse do próprio corpo, que já ofertou a seu DONO, bem como sua mente se volta não para a prática do BDSM (num agrado passageiro àquele que a subjugue numa sessão ou numa cena), mas à dedicação e obediência constante àquele que o conquistou de corpo e alma.Mas não limitemos a figura do Dono ao D/s 24/7, onde – convenhamos - sua figura é imprescindível. O Dono existe a partir do momento em que o escravo descobre aquele a quem se entregará e abandona sua busca de um Mestre Dominador. É quando sua libido, seu desejo e seus pensamentos BDSM se voltam para aquela única pessoa com a certeza, a convicção e o orgulho de constatar ser ele sua "cara metade" no universo BDSM.Em suma, o Dono tem a entrega do escravo a ele restrita e assumida. Ele tem o DOMÍNIO total e exclusivo do escravo, extrapolando o momento físico da sessão real ou virtual, destacando-o assim do simples Dominador, que pode até dominar escravos que nem são dele. Porém, pode-se ser o dominador momentâneo de uma escravo libertino ? Sim. Pode-se até guia-lo e ser seu Mestre, mas seu Dono, nunca. Assim o que mais caracteriza o dono é a entrega e fidelidade de seu escravo.O Dono também não tem só a atenção e o respeito que tem o Mestre, Ele tem a concordância e obediência cega de seu escravo. Ele não só aprende e se descobre com ele, como é com o Mestre, pois o Dono também impõe seu estilo e molda seu escravo. Afinal, ele é aquele que o sub escolheu não só para conduzi-lo, mas para moldá-lo e lapidá-lo.Porém, cumpre acrescentar uma observação: O domínio é uma concepção que pode se materializar através da "propriedade" ou da "posse". Como em BDSM não existe qualquer termo ou ato formal que possa caracterizar uma propriedade (a não ser o registro virtual ou por vezes até cartorial de "contratos de servidão" sem qualquer valor legal ou moral), o Domínio em BDSM não poderia ser exercido através da propriedade, mas tão somente por meio da POSSE. Ou seja, é necessário para ser Dono que o praticante ativo tenha "tomado posse" do que é seu e isso só se processa através de uma relação real.Os mais liberais poderiam até encarar uma entrega e sexo virtuais como uma posse do internauta sobre seu escravo. Porém, uma análise mais coerente só leva-nos a concluir que ali houve apenas uma "dominação", nunca uma posse. Também a coleira poderia ser confundida como um termo formal de propriedade, mas não é. Ela é um símbolo, e não um termo. Mesmo porque, uma coleira virtual necessita apenas de um clicar no hiperlink "sair da sala" para desaparecer. Porém, a "verdadeira coleira" que um Dono coloca em seu escravo não é virtual e nem mesmo de couro. Ela é de entrega, de convicção, de segurança e de sentimentos. E essa, não há clicar ou fecho que permita tira-la facilmente.Destarte, somente pode-se ser Dono no Real. No virtual, no máximo, pode-se ser Dominador. Mas não menospreze-se a importância do virtual. Afinal, hoje em dia com a internet, eu diria que o Mestre é uma figura mais presente e salientada no virtual, pois maioria do seu ensinamento e da descoberta do escravo se faz através deste meio. No real, é mais comum o Mestre exercer seu papel de Dominador/sádico, pondo em prática seus ensinamentos e extraindo do escravo tudo aquilo que puderam descobrir, desvendar e aprender em seus contatos virtuais.Por fim, os 4 tipos de praticantes ativos anteriores são assim definidos em função de sua relação com seus escravos (sejam virtuais, reais, deles ou não). Porém, existe ainda a figura do “Mentor”, que por vezes pode até ser confundida com a do Mestre, mas que não tem sua atuação no BDSM estreitamente ligada à sua relação com algum(s) escravo(s).O Mestre é aquele que transmite seus conhecimentos e experiências no BDSM, mas em private a um numero restrito de pessoas, em sua totalidade escravos. Já o Mentor extrapola este universo e acaba por também repassar seus conhecimentos a outros Mestres e a grupos, chegando inclusive a ser criador e formador de opinião.Sua pretensão - como Mentor - é desde o início restrita ao objetivo de disseminar, discutir e aprimorar o pensamento e a cultura BDSM. Se daí surgir algum "pupilo" em especial por quem ele se interesse, ele passará então a ser Mestre dele, não Mentor “dele”. Desta forma, o Mentor não estaria associado a uma relação direta com escravos, como o Mestre, mas sim a uma relação com o meio BDSM como um todo.Inclusive, complete-se que o Mentor nem mesmo tem que ser obrigatoriamente um praticante ativo no BDSM, uma vez que pode-se até classificar como mentores alguns(mas) escravos(as) quando eles, de alguma forma, criam, desenvolvem, aprimoram, discutem, ensinam e proliferam a cultura e o pensamento BDSM a outros praticantes, até mesmo ativos.Agora, não me perguntem a definição de Lord, Sir, Herr, Fuhrer, Adestrador, etc... Os termos que usei aqui não se relacionam aos nicks e títulos que cada um cria e escolhe para si, e sim com seus comportamentos, poder e estilos que eu classificaria nestes 4 tipos. O titulo que cada um usa é de sua livre escolha... Alias.... Ainda bem que é assim, pois se nos baseássemos na maioria dos "aliens" que entram nas salas com nicks de Dominador, Mestre e Dono, estaríamos perdidos. Bem, espero Ter demonstrado minha visão quanto às diferenças e interações entre Sádico, Dominador, Mestre e Dono, concluindo que o ideal é ser os quatro: Mestre no prelúdio virtual e no desenvolvimento do escravo, Sádico Dominador na sessão e Dono sempre.

Bom texto....

terça-feira, 18 de maio de 2010

Bondage na verdade conforma as práticas de escravização. Popularmente usado para referir-se a atividades de imobilização com cordas, lenços, algemas de couro ou metal, tornozeleiras, "spread bars" (barras de alargamento que servem para manter pernas e braços abertos visando à imobilização do(a) parceiro(a). Todas as "cenas" de Bondage remetem ao tema básico: o cativeiro. Dentro dos grupos e comunidades de BDSM (bondage e sadomasoquismo) existe uma regra básica de segurança, definindo que imobilizações ou "amarrações" só são feitas do tórax para baixo. Cabeça e pescoço são áreas proibidas devido à possibilidade de asfixia. Dentro do S.S.C. há um limite de tempo para se deixar alguém imobilizado, em decorrência da possibilidade de isquemia tecidual, ou seja, da falta de irrigação sangüínea em uma área. Algumas pessoas acham extremamente sensual a situação de estarem imobilizadas, à mercê de outrem. Estar fisicamente imobilizado dentro de um contexto de consensualidade dá a possibilidade para os aficcionados de experienciar sua sexualidade livremente, o que, talvez, de outro modo, estas pessoas poderiam não ser capazes de se permitir em virtude de questões morais ou de educação. Bondage pode ser também visto como a transferência da responsabilidade para quem coordena a ação.